22/01 às 18:50

Eu estava lá, com o celular nas mãos, esperando uma mensagem dele dizendo que saiu do serviço e estava chegando em casa. Estava tão ansiosa, pois havia preparado nosso lanche natural preferido, com bastante queijo branco e alface americana. Ficou tão gostoso que não resisti e comi sozinha... Mas não havia problema, eu faria outro para ele.

O expediente dele se encerrava às 18hrs, já ele iria chegar.
Mas passaram-se duas horas e nada. Liguei para ele e percebi que o celular dele estava desligado. O "visto por último", no WhatsApp, estava às 19:05.
"Será que ele fez hora extra e não teve tempo de me avisar?"
Tomei um longo banho e fui ver um filme.

Mais uma hora se passou e então liguei para a empresa.
"O Gilson saiu daqui às 18hrs, moça."
Minha amiga. Eu tinha que ligar para ela. Mas ela também não estava on-line. Droga!
Às 23:52, deitada, escutei a porta se abrir aos poucos. Era ele.
Fingi que dormi. Ele jogou a camisa no sofá e foi tomar banho, em silêncio, sem jantar. Corri para ver sua camisa e havia um maço de cigarros.

Ele não fumava, mas minha amiga sim. Aquele era o preferido dela.
Nem preciso dizer que viramos a noite discutindo, até que ele acabou revelando que se encontrou com ela para planejar uma festa surpresa para o meu aniversário. Estraguei a surpresa.
No dia seguinte, já sabia de tudo e fingi que não sabia para o restante dos familiares. Gilson e minha amiga ficaram de canto, com caras fechadas.

Ao final da festa, na despedida dos dois, rolou um semi selinho... E até hoje me pergunto como conseguiram bancar uma festa fachada tão rapidamente para esconderem o caso.

- Juliane França.