Meus Sentimentos E Reflexões
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Home Archive for 2017-01-01



Difícil viver com gente presa no século passado, né?
Desde os 11 anos
Tive de andar como os cavalos
Como que usando
Aqueles tampões dos lados
Ai de mim se olhasse
E tivesse um menino
Era bem provável que eu apanhasse
Boca inxada e o sangue caindo
Ai de mim se o short
Fosse acima do joelho
E o vestido
Se mexesse com o vento
Sempre roupas longas
E de nenhum movimento
Aos 13 anos
Tinha medo de menino
E se um deles mexesse comigo?
Era olho roxo
Costa marcada
Meu pai deveria ter câmera espalhada
Só pode!
Aos 16
Meu avô veio cá morar
E meu pai já logo avisou
Para minha mãe e eu, sem gaguejar
"Me desrespeitou, apanhou!"
Nem sabia como ele era
Mas quando dormimos
Descobri que ele me olhou
Não ficou só nos olhares
O velho me violentou
Ele me tapou a boca
E tirou minha inocência
Na calada da noite
Até que eu perdesse a consciência
Lágrima de sangue escorreu
O corpo doeu
A alma morreu
No dia seguinte
Pedi pra minha mãe
Uma saída qualquer
Ela chorou comigo e nada pode fazer
"Me desculpe, filha, mas eu sou mulher."
Ah não! Meu pai tinha de saber
Que o pai dele me violentou
Antes ficasse quieta...
Meu pai me decepcionou
Porque se meu avô me tocou
Foi porque me insinuei
"Deixe de ser safada!"
Foi o que eu escutei
Gente presa no século passado
É uma merda, né?
É desumanidade 
É regresso na certa
É a doença da sociedade
Obs.: Texto fictício.
- Juliane França.




Confesso que sempre fui infiel. Eu sou uma praga.
Minha resistência à carne sempre foi baixíssima. Por mais que tentasse, nunca consegui controlar. Incontrolável como a luta contra as pálpebras se fechando após 3 dias sem dormir. Sempre me cuidei e tinha um corpo atlético quando mais jovem. Quando mais velho, mantive o corpo e meu cabelo grisalho serviu de acessório para atrair ainda mais mulheres, principalmente mulheres mais novas.
Dentre essas mulheres conheci Vanessa, uma moça linda, 9 anos mais nova e muitos anos madura que eu. Além dos cabelos longos e lindos, sua personalidade me fez sentir algo a mais que atração sexual de sempre. Foi com Vanessa que me casei. Tivemos 2 lindos filhos e tínhamos uma vida gostosa, cheia de carinho, viagens e muita, mas muita 'pimenta'.
Nessa época, trabalhávamos muito e quase não nos víamos. Mas em nossas folgas, era festa.
Em um almoço de sexta-feira no trabalho, uma mulher sentou-se na minha mesa e conversou comigo de forma descontraída, como se já nos conhecêssemos há anos. Fiquei sem entender, mas sempre fui muito comunicativo e a conversa fluiu. Conversamos de tudo, tudo mesmo.
Na segunda-feira ela veio novamente, e na terça, e na quarta, e na quinta... Seu nome era Marie. Ela era lindíssima, os lábios eram perfeitamente desenhados, seios fartos acariciados por seus cabelos loiros, olhos verdes e voz de mulher decidida.
Nos tornamos amigos, era incrível a ideia de conversar todos os dias na pausa do trabalho com uma mulher linda, como se fosse minha amiga de infância, nunca faltou assunto.
Naquela mesma semana, na sexta-feira, Marie me chamou para sair e disse que queria sexo mesmo, sem papas na língua. Fiquei sem saber o que responder e ela disse que não precisava responder. Me passou o endereço e o horário, saiu da mesa logo em seguida.
Mas é claro que eu não estava pensando em ir, não era mais um solteiro livre, mas um homem casado com mulher e filhos.
Ao chegar em casa, Vanessa deixou um bilhete dizendo que não chegaria no sábado, pois trabalhava organizando casamentos e era muito corrido. Dormi sozinho.
No outro dia, liguei o carro para pegar meus filhos que já iriam ficar com minha sogra, mas a maldita tentação me puxou para trás, para pegar o bilhete de Marie com o tal endereço.
Lutei contra aquilo, mas fui vencido. Decidi ir até o endereço.
A rua era muito movimentada e bonita, haviam crianças brincando e alguns idosos caminhando.
Marie me recebeu muito bem. Era uma casa linda e muito organizada.
Ela estava irresistível, fui com sede ao pote, mas ela me negou com cara de malícia... Fiquei ainda mais instigado. Ela me levou até seu quarto e me jogou na cama com precisão, no momento em que abri minha calça, vi a fotografia de uma menina no quarto que me chamou atenção.
"Sua filha?"
Ela balançou a cabeça que não e respondeu:
"Nossa filha, Juan."
Fiquei pouco assustado e ela sem se importar, veio para cima de mim.
Ela me beijou e logo após me arranhou, fingi sentir prazer mas estava assustado, ela arranhava mais forte e então tentei dar um gemido, mas soou estranho. Logo após ela me deu um tapa na cara.
"Você gosta de sexo selvagem, não é?"
Ela parou de fazer o que estava fazendo e de repente retomou, com violência. Ela conseguiu arrancar sangue do meu nariz e aí tive certeza de que as coisas não estavam normais. Sua pele era fria.
"Você não se lembra de mim? Eu sei de tudo sobre você, porque você foi o meu primeiro amor... Você não lembra, Juan? Quando tirou minha virgindade e saiu falando para todos da escola que ficou com a nerd esquisita e que era até "gostosinha"? Não se lembra?"
Naquele momento em meio à tapas e arranhões, pude lembrar de Marie, tínhamos uns 17 anos, quando me fiz primeiro homem de sua vida. Ela era loucamente apaixonada e eu tinha vergonha dos outros me verem com ela. No meio de seus seios tinha uma pinta média inconfundível que pude avistar e lembrar.
Fiquei desesperado e quando me levantei, ela disparou:
"Aquela menina na foto é sua filha, primeiro homem que tive me engravidou, não tive coragem de ir atrás dele porque ele tinha vergonha de mim, acha isso justo?"
Eu tremia como uma criança vendo filme de terror.
"Cadê a menina?"
Ela gritou:
"Você não vai dar uma de pai agora!"
Então pedi desculpas, estava realmente arrependido e assustado pela forma que Marie resolveu me mostrar sua angústia e lembrar o passado.
Prometi pensão e tudo que me veio à cabeça. Ela me expulsou de sua casa com xingamentos ofensivos. Mas depois, abaixou o tom de voz espantosamente e disse para mim agir direito e cuidar da minha família.
Quando entrei no carro, desabei em prantos.
"Como fui nojento! Como pude fazer isso com uma mulher? Não mereço Vanessa, não mereço Marie, não mereço ninguém!"
De repente, uma menina bate no vidro do carro, reclamando pelo carro estar na frente de sua garagem. Vi que era a menina da foto na mesma hora, era minha filha. Ela era linda.
"Senhor, tem como você tirar seu carro? Tô cansada, acabei de chegar do trabalho."
Saí do possível transe.
"Ah, ok. Me desculpe, estava conversando com sua mãe, foi um prazer conhecer a sua casa, qual é seu no..."
"Senhor, vai embora daqui agora e pare de me zombar! Minha mãe é falecida faz dois anos! Vai embora daqui!"
O carro morreu na primeira tentativa de ligá-lo, o desespero subiu a cabeça. Fui embora como se tivesse fugindo de um monstro.
Mas na verdade o monstro era eu. Causei tristeza em corações que batem e que já deixaram de bater, doeu.
Não procurei por minha filha novamente, mas procurei vê-la alguns dias, escondido. Desde esse dia, me tornei um bom marido e um bom pai, seguindo os conselhos de Marie.
Mas, sinceramente, não sei se me resistiria à futuras tentações.
Meu nome é Juan e sou uma praga. Uma praga, que ganhou uma segunda chance.
Será que mereço perdão? Será que devem confiar em mim?
Obs.: Texto fictício.
- Juliane França.

Eita, Renan!
Renan bebia álcool
Com uma sede de mil anos
Sua sexta-feira cheirava fumaça
Que se dane a mulher em casa
Sexta era dia de churrasco com cerveja!
Uma latinha atrás da outra
Sem limites
E sem frescura
Sábado a noite já estava com rosto diferente
Riso fácil
A timidez sumia completamente
Qualquer mulher era bem vinda
"Casamento? O que é isso?"
A estrada ficava duplicada aos seus olhos
E haviam dúvidas para descobrir
Qual era a estrada verdadeira
Essa dúvida gerava tropeços
Mas nada que pudesse impedi-lo de segurar
A última do dia

Ninguém ajudava
Muitos davam risada
Ou tinham nojo
"Opa! Levanta, que ainda tem chão!"
Tropeçava mais algumas vezes
Sentava um pouco
Esperando a rua parar de se mexer
E ocorriam os vômitos
Na rua
Na frente das casas
Na própria roupa
As pessoas apareciam nas sacadas
"Olha ali. Que nojo!"

Finalmente quando chegava em casa
Tirava sua roupa suja
Com muita dificuldade
Jogava em qualquer canto
Sua esposa tentava ajudar
"Sai daqui, car*lho!"
Ela insistia
E ganhava um tom roxo nos olhos chorosos
Ela chorava escondida
Enquanto ele tomava banho
Será que ele ficava melhor no domingo?
Quem dera...
Domingo era dia da "saidera"

Que sede foi essa, Renan?
Sede que mata famílias
Sede que matou você
No último domingo
Quando tropeçou pela milésima vez
Mas dessa vez, caiu de cabeça na calçada
As mesmas pessoas de sempre passaram
E os olhos mostravam
Que já sabiam que iria acontecer

Tinha que saber beber, Renan!
Da próxima vez, talvez você dê sorte
O álcool é aquele amigo falso
Que te faz sentir bem
Mas só traz desgraça!
Você deveria saber disso, Renan!
Mas agora, não adianta mais.

- Juliane França.





Noite solitária
Calor do momento
Rede social parada
Pouco movimento
Já era madrugada
O moço dos meus olhos chamou
Me pediu foto pelada
E me assustou
"Nossa, você on-line ainda?"
Ele riu e desconversou
"Você é muito linda"
Papo fluiu e ele retornou
"Me manda uma foto, gata!"
Não sabia o que fazer
Não quis parecer chata
"Ok, vou ver"
Ele ficou feliz
E mandei uma foto 'cabulosa'
Mostrou minha boca, meu nariz
E meus seios de mamilos rosa
Ele ficou louco, nem preciso dizer
Começou digitar no mesmo segundo
"Vou mostrar uma coisa pra você"
E já me sentia pior menina do mundo Outro dia na faculdade
Todos olhando pra mim
Não quis acreditar na verdade
Meus seios todos viram sim
Ele divulgou minha foto
E não sei o que fazer
Será que quebro sua moto?
Mas não fará a foto desaparecer
Talvez a solução seja morrer
- Juliane França.
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- Juliane França.

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