Antes, isso era impossível. Todas as chamadas vinham dele e os pedidos de encontros eram dele. Ele era um tanto interessado em mim.
Minhas amigas acharam que iríamos namorar, pois ele abria mão de tudo para ficar comigo. Ele deixava o futebol pra lá. Juro, o futebol.
Até hoje, não sei descrever ao certo o que sentia por ele. Basicamente, ele era um pedacinho do paraíso encarnado em um homem lindo e inteligente.
Às vezes, ele não podia falar, pois trabalhava viajando. Mas sempre que vinha, a minha casa era a que o acolhia.
Mesmo sem nenhuma aliança no dedo, éramos um bom par, ele me completava e sabia de tudo que gosto.
O nosso amor era louco e não tinha lugar para acontecer. Ontem foi no carro, onde a esposa dele me deu o título de "vagabunda" assim que nos viu.
Passei de namorada para amante em segundos.
Ele levantou as calças com uma cara de quem viu um fantasma e ela, mal me deixou entender o que aconteceu antes de bater no meu rosto com sua bolsa.
Ele era casado. Estive aquele tempo todo, com uma espécie de "amigo imaginário". Ele nunca existiu.
Eu tentei explicar, mas na boca da esposa dele, serei sempre a vadia que sabia do casamento deles.
O mais engraçado é que ela o puxou pelo braço dizendo:
"Vamos para casa."
Moça, calma aí! Acho que ele está um "pouquinho" errado, ele merece ir para casa?
Roubou meu tempo, meu coração e minha dignidade.
Ele não atende mais. Talvez o telefone agora esteja com a esposa, tanto faz. Só queria dizer que presto.
Talvez eu tenha imitado uma adolescente crente em amores intensos, mas não sou criminosa por crer que ainda exista amor.
- Juliane França.