O mal das pessoas é o exagero.
Já percebeu isso?
Não basta um fardo, deve ser uma torre. Não basta uma porção de frango, tem que ser um balde. Como se já não bastasse uma porção de fritas para afogar toda a dieta, criaram os refis. Não basta uma pessoa para ter um relacionamento, quanto mais, melhor. Isso porque quantidade é tudo.
Quantidade passa a ser até mais importante que a própria qualidade a qual buscávamos antes de desviarmos para outro caminho sem que pudéssemos perceber. Podemos observar isso também em algumas empresas, quando apesar de já atingirem a meta, preferem deixar os funcionários esgotarem suas energias, pois a quantidade que terão na conta vale mais que a qualidade de vida das pessoas. E se um adoecer no processo, devem se apressar para a substituição... O coração do funcionário pode parar, mas a produção, nem a pau.
E tendo o exagero como seu mal, as pessoas estão permitindo com que a tecnologia tirem de si a capacidade de pensar, escolher e desenvolver sua própria personalidade.
O Instagram é um perfeito manipulador; mulheres e homens em perfis padrões, roupas diferente e ao mesmo tempo iguais fazem com que a mente absorva a ideia de que gente bonita e feliz é daquele jeito.
O Facebook criou uma notificação nos lembrando de parabenizar quem fez aniversário:
"Mostre que você se lembrou de fulano."
Lembramos?
O WhatsApp criou o status, mostrando a quantidade de pessoas que visualizam suas publicações. Isso porque toda a massa moderna já percebeu o que as pessoas buscam: buscamos ser notados.
Estão todos perdidos. Não sabem se leem um livro, se vão ao show do ano, se ficam assistindo Netflix, se fazem faculdade e em meio à tudo isso, querem ser notados. Querem não passar despercebidos pela vida. Mas o caminho que escolheram para isso é meio curvo, a tecnologia parece querer padronizar cada dia e assemelhar pessoas umas às outras. Assim fazendo com que fiquem mais invisíveis a cada dia.
Embora sejamos exagerados, a tecnologia veio para melhorar o mundo e melhorou! Quando aproximaram pessoas distantes, adiantaram estudos, trouxe discussões construtivas e gerou divertimento.
E como uma criança que não sabe o que fazer quando ganha um brinquedo maior que ela, estamos destruindo todos os benefícios que a tecnologia nos trouxe. Estamos nos tornando menos humanos. Estamos nos tornando animais de estimação das redes sociais.
Bom, a escolha é de cada um. Cabe a nós decidirmos se somos ou não engolidos e de vez ocultados.
- Juliane França