Rapidinha

Rapidinha

Eu estava mesmo à toa com dois amigos que bebiam pra caramba. Eu sempre mais sóbrio para voltar no volante, ao som que chegava tremer o carro junto com as altas risadas e conversas cheias de maldade e detalhes femininos.
Ela nem estava tão animada pra festa. As amigas, nitidamente mais atiradas, literalmente a jogou em minha frente. Ela quase caiu.
Arrumou os óculos e sem saber onde enfiar a cara me disse um "oi".

Ela era tão bonita... Os olhos dela faziam qualquer marmanjo se prender em seu olhar, eram muito verdes. O corpo pequeno, mas muito lindo e desenhado, dava mesmo vontade de morder.
Quando decidi por minhas mãos em sua cintura, as amigas dela riram como duas hienas. Então ela olhou para trás.
"Menos, gente!"

Fomos para um lugar mais reservado. Na quina de uma parede em um quartinho pequeno atrás do salão, ela se apoiou em mim e sentou-se logo acima, num local vago na parede, que formava uma espécie de degrau. Ela me beijou intensamente e acabamos chegando aos "finalmentes". Ela arranhava minhas costas e logo após me empurrava. Foi estranho, seus olhos estavam caídos ao mesmo tempo que me abraçava.

Foi muito rápido, confesso que fui péssimo...
Ela levantou as calças e fomos embora. Ela olhou para mim com os olhos ainda caídos e me beijou no rosto.
Dias se passaram e quando meus amigos me perguntaram dela, fui direto como não se podia ser:
"Foi só uma rapidinha, tô suave de menina fácil. Por que? Ela já veio perguntar, né?"
Grosso, convencido e crente de que a mocinha estava afim de me ver de novo.

Mas meus minutos de ilusão foram breves, e tiveram fim quando um dos meninos revelou a verdade:
"Pô, que bom que tu não ficou mais afim dela, porque ela ficou contigo por uma aposta, onde ela perdeu... Quem perdesse teria de ficar com o cara mais idiota da festa, titulado por elas, ou teria que beijar uma outra garota. Acredita que ela disse que se pudesse voltar atrás , viraria lésbica?"

- Juliane França.