Laços de Sangue




Eu era uma menina feliz, linda e cheia de vida. Meu pai morreu quando eu era bebê e minha mãe, mesmo tendo vinte anos a mais que euque tenho 19, era baladeira. Íamos juntas aos pagodes e sertanejos da vida. 
Sempre choveu na horta dela assim como na minha, sem tirar nem por. Confundiam a gente com irmãs ou amigas. Eu achava o máximo ter a mãe mais gata de todas. Além de linda, era minha melhor amiga, com quem eu sempre poderia contar nos momentos difíceis.  Certo dia, numa dessas saídas, conheci o Enzo, um mulato forte e alto. Ele se aproximou de nós duas num pagode e minha mãe já adiantou que não era o tipo dela, ele quis ficar comigo. Minha mãe se despediu de mim e foi embora, fiquei lá com ele. Entre muita conversa, descobri que ele era professor de jiu-jitsu.  
Ele tinha uma pegada inesquecível e um beijo alucinante. Começamos a sair. Em pouco tempo, ele havia me pedido em namoro, mas me deu a condição de que nós iríamos parar de frequentar baladas. Aceitei, pois não vi problemas. Ele sempre me deu o carinho que não se encontrava nas baladas, até tentou me ensinar um pouco de jiu-jitsu, mas sem chances (risos). 
Começamos a namorar e minha mãe passou a sair com outras amigas 
Em pouco tempo, ele passou a frequentar minha casa. Ele ia quase todos os dias e eu achava o máximo a ideia de chegar da faculdade e ter um deus grego carinhoso me esperando para tirar todo meu stress... Também estava começando a gostar dele, não era amor! Mas era início de paixão, apego, afeto, vontade de cuidar e de ficar pertinho.  Houve um dia em que cheguei e minha mãe estava preparando um bolo de cenoura com chocolate, ela estava na cozinha, com o corpo curvado enquanto colocava a calda de chocolate no bolo. Minha mãe sempre usou roupas bem curtas e que valorizassem seu lindo corpo. Peguei Enzo olhando, distraído. Quando ele se deu conta de minha presença, disfarçou o olhar e eu também desencanei, até porque minha mãe era linda mesmo, mas ambos ali me respeitavam.  
Sentei-me do lado dele depois de tal cena e ao apoiar minha mão sobre sua calça, senti seu membro duro e adotei tal situação pelo fato de me ver. Naquele dia subimos para meu quarto e fizemos amor por horas. Em um certo minuto, jurava que ouvi a porta do meu quarto se abrindo. 
Numa linda sexta de noite, ao sair da faculdade, decidi passar no salão da minha amiga pra fazer a sobrancelha, era coisa rápida. Liguei para minha mãe e para Enzo logo em seguida. Ambos estavam cientes. Chegando lá, minha amiga quis hidratar meu cabelo como cortesia e é óbvio que eu não iria rejeitar, liguei para eles novamente avisando que demoraria mais um tempinho, eles entenderam. Enzo havia chegado em minha casa, achou que eu chegaria mais cedo, mas disse que iria ficar lá esperando sem problemas. Tudo certinho! 
Uma hora depois, estava a caminho de casa, passei numa padaria no caminho para levar um daqueles frangos assados. Estava muito animada naquele dia, e linda! De cabelo cheiroso (risos).  Ao chegar em casa, não havia ninguém na cozinha. Mas não gritei por ninguém. Olhei todos os cômodos fora a cozinha, que deixei para olhar por último. A cena que vejo na cozinha nunca sairá da minha cabeça. Meu namorado estava com sua cara no meio das pernas da minha mãe que encontrava-se sentada na mesa, forçando sua cabeça e revirando os olhos. Joguei o frango e a mochila no chão, com força o possível para eles pararem imediatamente. 
Nunca fiquei tão cheia de ódio na minha vida. Chorei em silêncio, assistindo tal cena sem acreditar. Mas, como que automaticamente, me dirigi devagar até a gaveta de talheres e peguei a nossa maior faca. Aproveitei o momento de prazer e distração deles para cortar a jugular de Enzo. Ele agonizou até morrer no chão da cozinha, com seu membro ainda duro. Minha mãe ficou em choque e tentava falar palavras que não saiam de sua boca, apontei minha faca ensanguentada para sua vagina.  — Filha, não faz isso, por favor! 
— Agora você fala, não é? Sua puta velha! Eu tive muita vontade de fazer algo, mas não fiz. Joguei a faca em cima dela e virei as costas.  Fiquei três dias na casa da minha amiga do salão, inventei que queria passar uns dias fora porque minha mãe tinha viajado.  
No terceiro dia, pela tarde, recebi uma ligação, era minha mãe. Ela disse que me amava e pediu desculpas aos prantos e soluços, disse que estava presa, pois havia assumido toda a culpa da morte de Enzo. Ela não queria sair da cadeia, ela só queria o meu perdão. Eu a "perdoei", mas nunca fui visitá-la em sua nova "casa".  

- Juliane França.

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