Tropeços Alcoólicos

Eita, Renan!
Renan bebia álcool
Com uma sede de mil anos
Sua sexta-feira cheirava fumaça
Que se dane a mulher em casa
Sexta era dia de churrasco com cerveja!
Uma latinha atrás da outra
Sem limites
E sem frescura
Sábado a noite já estava com rosto diferente
Riso fácil
A timidez sumia completamente
Qualquer mulher era bem vinda
"Casamento? O que é isso?"
A estrada ficava duplicada aos seus olhos
E haviam dúvidas para descobrir
Qual era a estrada verdadeira
Essa dúvida gerava tropeços
Mas nada que pudesse impedi-lo de segurar
A última do dia

Ninguém ajudava
Muitos davam risada
Ou tinham nojo
"Opa! Levanta, que ainda tem chão!"
Tropeçava mais algumas vezes
Sentava um pouco
Esperando a rua parar de se mexer
E ocorriam os vômitos
Na rua
Na frente das casas
Na própria roupa
As pessoas apareciam nas sacadas
"Olha ali. Que nojo!"

Finalmente quando chegava em casa
Tirava sua roupa suja
Com muita dificuldade
Jogava em qualquer canto
Sua esposa tentava ajudar
"Sai daqui, car*lho!"
Ela insistia
E ganhava um tom roxo nos olhos chorosos
Ela chorava escondida
Enquanto ele tomava banho
Será que ele ficava melhor no domingo?
Quem dera...
Domingo era dia da "saidera"

Que sede foi essa, Renan?
Sede que mata famílias
Sede que matou você
No último domingo
Quando tropeçou pela milésima vez
Mas dessa vez, caiu de cabeça na calçada
As mesmas pessoas de sempre passaram
E os olhos mostravam
Que já sabiam que iria acontecer

Tinha que saber beber, Renan!
Da próxima vez, talvez você dê sorte
O álcool é aquele amigo falso
Que te faz sentir bem
Mas só traz desgraça!
Você deveria saber disso, Renan!
Mas agora, não adianta mais.

- Juliane França.

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