Tentação Fatal

Eu e minha mulher sempre fomos muito bem resolvidos, um casamento muito bem desenvolvido e ótimo em todos os aspectos. Temos 3 filhos, de 3,7 e 11 anos. Morávamos em Recife, de aluguel, mas estávamos quase terminando de pagar o terreno que compramos para construir.
Minha mulher viaja algumas vezes aos finais de semana, para ver a mãe que está doente. eu ficava em casa com os meninos, mas no final de semana passado, ela levou os três. Eu não podia ir na maioria das vezes, pois trabalho de domingo a domingo, e mesmo no domingo passado, onde tive folga, quis ficar em casa para descansar.

Nos despedimos na sexta, com uma madrugada quente, foi maravilhoso... Sempre foi maravilhoso, ela era ótima. No sábado quando voltei do trabalho, fiquei vendo TV até dormir, confesso que não demorou muito e caí no sono profundo.
Domingo tive folga. Às 18hrs, o Carlos, um amigo do serviço, chamou para tomar uma cerveja no barzinho do centro. Ignorei, mas com insistência dele acabei indo. Lá estava cheio e tocava um bom forró. Sentamos à mesa e na mesma hora, uma garçonete veio fornecer seu atendimento:
"Boa noite, o que vão pedir?"

Esperei que Carlos respondesse. Ele pediu uma torre de cerveja e uma porção de picanha com fritas.
Logo que a moça virou as costas, os olhos de Carlos desceram:
"Olha só, que gostosa!"
Ri de canto e ignorei, mas quando ela voltou, olhei-a mais atentamente e vi o quão atraente era. Seus cabelos eram bem curtos, tinha olhos claros e um corpo lindo.
Tive a impressão de que ela me olhou nos olhos com outras intenções, mas logo em seguida, a impressão se tornara verdade, pois em minha mão ela deu seu telefone, num papel amassado.
Mostrei para Carlos e ele disse que ficar com ela era uma obrigação. Fiquei surpreso e confesso que achei aquilo muito bom. Gostei da situação.

Enquanto comíamos, olhei-a de longe e lá estava já sem o avental que usava (acredito que o expediente dela tenha se concluído), com o celular nas mãos.
"Cara, ela tá dando sinal. Chama ela!"
Chamei ela no WhatsApp, mandei uma mensagem convidando para sair do local. Ela olhou para mim e fez sinal de positivo. Saiu do bar e saí logo em seguida. Me despedi de Carlos.
"Falou, mano! Depois te conto os detalhes. (risadas altas)"
Ela estava me esperando na esquina.
Descaradamente, chamei-a para conversar em meu carro, ela veio fácil. Ela tinha os olhos da tentação e as coxas da perca de juízo.

Não demorou muito e traí minha mulher, as coisas esquentaram e acabamos fazendo sexo no meu carro. Não havia ninguém na rua. Ela fez de tudo comigo e eu fiz de tudo com ela. Foi bom, mas confesso ter sido um gozo rápido, como quem assiste um bom pornô em plena masturbação.
Logo após, senti um desconforto gigantesco, inventei um compromisso só pra ela vazar dali. Não sei se fui grosso, mas ela colocou a calça, ajeitou o cabelo para o lado e saiu rápido, após me dar um selinho suado.
Ao chegar em casa, me senti imundo, um verdadeiro porco. Fui tomar um banho e levei comigo a cueca que não costumava lavar, estava melada. Ao sentir os pingos d'água caírem em meus cabelos, chorei como uma criança. Estava pressentindo que algo ruim iria acontecer.
Ao sair do banho, me deparo com uma cena inimaginável: Estavam sentadas no sofá minha mulher e a garçonete, rindo e tomando café.

Mas logo, a garçonete levantou-se do sofá e disse que tinha que ir. Ambas fizeram pouco caso de minha presença.
A moça de cabelos curtos e brilhosos disse que estava atrasada.
Certo momento as duas olharam para mim, balançaram a cabeça negativamente, quando minha mulher veio até mim e me deu um abraço frio e ausente, como se não fosse mais ela. Tornei a chorar. Ela disse para não chorar.
A moça insistiu à minha mulher que teria de ir pela última vez:
"Preciso ir, tenho de tomar meu coquetel."
Virou-se para mim e disse:
"Você quer que eu te ensine como se faz? Você vai precisar tomar."
Logo, perguntei desesperado de que coquetel ela falava:
"Meu bem, agora você é um homem doente, você tem Aids."

Fiquei desesperado, ajoelhei-me aos pés de minha mulher e ela me chutou para que eu levantasse.
Ela me contou que pagou à moça para me seduzir, ela quis me deixar doente e inválido para ela. Ela quis deixar minha imagem ridicularizada perante meus filhos. E conseguiu.
Ela me colocou para fora de sua vida, tive que ir embora junto com a moça, sem chance de me despedir dos meninos. A moça logo adiantou:
"Sai fora, você é péssimo de cama, ou melhor, de carro (risos)".

Tive que pagar uma outra casa para viver, tivemos que vender nosso terreno para dividir.
Estou em pedaços, estou sujo e doente. Me sinto traidor e traído. Não sei para qual caminho seguir, tenho vergonha de meus filhos, nunca contarei isso para o Carlos, mas sei que um dia ele vai descobrir. Vou morrer só. Por tentação e por armadilha de minha mulher. Quem será o mais errado nisso? Não sei, só sei que estou respirando, mas estou morto.

...
E ai, quem é o vilão da história?

- Juliane França.

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